Podemos participar nos últimos dias, de um canal de televisão destacando a acupuntura como técnica coadjuvante no restabelecimento do quadro de uma pessoa que sofreu um acidente. Eu não tive a oportunidade de acompanhar, mas muitas pessoas vieram comentar comigo sobre a divulgação que a emissora de TV está fazendo em uma de suas novelas, sobre acupuntura. Fiquei muito contente, pois no início de minha carreira fui obrigada a renunciar meu emprego, em uma concessionária de energia, pois era engenheira elétrica concursada e, renunciei em prol da recuperação de minha filha que tinha sérios problemas respiratórios. Nessa época ninguém conhecia acupuntura ou qualquer outra terapia dita alternativa, no meu meio profissional isso era no mínimo charlatanismo, houve até um amigo meu que perguntou se eu iria montar ‘uma tenda para atender’. Coincidentemente eu não montei a tenda, mas ele foi obrigado a passar por um profissional acupunturista para tratar uma sinusite que o médico dele indicou o tratamento com acupuntura.
Quando morei em Florianópolis, as pessoas me perguntavam se havia líquido dentro da agulha, quando eu explicava que não, elas ficavam mais assustadas ainda. E a próxima pergunta era se a agulha era benta, pois na época eu era voluntária de uma instituição chamada Orionópolis Catarinense que atendia pessoas marginalizadas pela sociedade e, essa instituição era dirigida por dois padres. Era uma situação muito difícil a prática da acupuntura, pois ela era confinada no fundo de quintal onde apenas os orientais tinham acesso e, como eles não dominavam a língua e nem tinham a pretensão de convencer ninguém, ficava muito difícil provar que havia base para toda a teoria. Por isso é uma vitória poder acompanhar as pessoas reconhecendo e sendo indicadas para o tratamento. No mínimo é um quadro muito mais confortável do que o de antes.
O restabelecimento motor e a analgesia da atriz, promovidos pela emissora, é muito eficaz quando feito no início do tratamento, mas infelizmente não é isso que ocorre na maioria das vezes como pude constatar no ambulatório de fisioterapia. O paciente chega, na maioria dos casos, com dois ou três meses após o traumatismo. E com relação à acupuntura não é diferente, apenas possui mais um agravante a tratamento de acupuntura geralmente inicia após ou durante o tratamento de fisioterapia, nesse caso já se passou muito tempo do acidente e a resposta neurológica não é tão eficiente.
Existem duas formas de abordagens quando se refere à recuperação de uma paralisia motora, primeiro é tratar o quadro propriamente dito com pontos que promovam respostas neurológicas no sistema nervoso eferente através do estímulo do sistema aferente. A segunda via e a mais importante, em minha opinião, é restabelecer o quadro de desequilíbrio apresentado pelo paciente. Quando o paciente sofre desequilíbrio do sistema Yin/Yang ao longo dos anos, isso faz com que as respostas metabólicas sejam demoradas, mas ao se restabelecer esse equilíbrio o próprio corpo é capaz de recuperar e encontrar o caminho de acesso à sua saúde. As sessões devem ser alternadas para que não ocorra um esgotamento do sistema, e um vício por parte do profissional, em achar que ele pode fazer tudo pelo corpo do paciente, sem permitir que a reação ocorra de forma equilibrada.
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