sexta-feira, 30 de julho de 2010

DEFICIÊNCIA ELEMENTO ÁGUA

Estou acostumada a receber pessoas com vários tipos de deficiência. Pode ser deficiência de Yin, que pode ser resumido pela deficiência do líquido do corpo; deficiência do Qi, que pode ser deficiência da energia vital; deficiência de Yang, que pode ser comparado à apatia, e muitos outros quadros, mas deficiência do elemento água, em algumas pessoas se torna muito resistente de equilibrar.

Quando fazemos uma pesquisa do quadro, podemos constatar que são pessoas que passaram por uma situação de muito estresse. São traumas instalados, através do estresse vivido, em várias partes do corpo, tais como o órgão, o sistema neurológico, energético e muitos outros fatores, mas a grande verdade é que quando não conseguimos tratar, pode haver um quadro, muitas vezes, inconsciente de bloqueio por medo, que impossibilita a recuperação do Qi.

Certa vez, acompanhei o relato de um paciente com sua filha, que realmente me emocionou, pois muitas vezes queremos ter a posição tranqüila e sábia, mas nos tornamos verdadeiros tratores passando por cima da autonomia de nossos filhos adolescentes. Esse paciente de aproximadamente 40 anos de idade, relata que após ter procurado sua filha por algum tempo, encontrou-a em uma rua sombria com um rapaz em uma situação não muito agradável de ser vista. Ele se aproximou dirigiu-se ao rapaz se apresentou como sendo o pai daquela moça e solicitou, com toda a calma do mundo, que o rapaz a levasse para casa, já que àquela hora não era adequada, e o lugar não oferecia segurança para que os dois ficassem ali, explicou que ele estava voltando para casa para aguardar o retorno da jovem. Resultado, quando a menina chegou em casa foi direto para seu quarto envergonhada. Sua mãe começou a interrogar o que havia acontecido e ela se esquivou de qualquer comentário. A fim de evitar conflitos, o pai convidou-a para ir até a padaria, para comprar chocolate ela falou que não, mas ele insistiu até que ela aceitou. Não falou nada durante o trajeto, mas ao chegar à padaria lembrou-a do quanto ele a amava e o quanto o entristecia vê-la se desvalorizar. Realçou seu valor e as possibilidades em sua vida, mas lembrou-a que sempre apoiaria em qualquer escolha que ela fizesse. No final eles se abraçaram e cada um saiu comendo um delicioso chocolate.

Sabe qual é a formação dele? Não é psicólogo, não é terapeuta, não é psiquiatra, é um profissional operacional de uma indústria, mas sabe o que ele tem? O que nós deveríamos ter: confiança no amor que dedicamos durante anos a uma pessoa, que coincidentemente é nosso filho ou filha. Só sei que essa foi umas das maiores lições que pude ouvir em minha vida e, o mais interessante é que não estava contida em nenhum livro, apenas no coração de um simples pai que amava acima de tudo, sua filha. Caso a reação desse pai fosse contrária e exasperada, com certeza, a primeira reação da menina seria de medo e a segunda de raiva e de qualquer forma o elemento água estaria comprometido. Com o passar do tempo, poderia ser que ela nem relatasse esse fato em uma consulta, mas que seria crucial para identificação do quadro. O importante é termos sempre em mente que o melhor antídoto para o medo, ainda é o amor.

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